No meio literário, é normal haver críticas. Afinal, qual é o limite entre a construtiva e a destrutiva? Tive uma desagradável experiência neste final de semana, que não foi a primeira de minha carreira, mas com certeza a mais revoltante. Quero deixar claro neste post/desabafo que sei lidar muito bem com críticas e estou aberta a opiniões das mais diversas e sei responder com educação e respeito.
Só que espero o mesmo da pessoa que me critica. O que se passou, em uma troca de emails absurdamente degradante, foi uma falta de respeito por minhas escolhas. Fui apedrejada verbalmente, atacada sem escrúpulos e crucificada, fui classificada como a pessoa mais suja da face da terra. E não estou exagerando.
As primeiras e nojentas palavras desta pessoa, foram: Você devia ter vergonha de poluir a mente dos outros com conteúdo imoral proibido para menores de 18. Poluir a mente? Conteúdo imoral? Em que século a gente vive? É muita hipocrisia fechar os olhos para sexo e erotismo, tão naturais do ser humano quanto respirar.
E esta pessoa se valeu de princípios religiosos para apontar o dedo na minha cara e me humilhar com acusações sem sentido sobre o que é certo e errado, condenando o fato de eu estar escrevendo literatura adulta e, mais, estar sujando o email dele com propaganda deste material. E foi além, chegou ao ponto de criticar até mesmo minha saga mística pelo simples fato de não ter cunho cristão.
Sabe o que eu percebo? As pessoas não separam o autor da história. E isso tem que ser levado em conta antes de se fazer uma crítica. Eu escrevo ficção, ou seja, minhas histórias não são reais, são para entretenimento. Eu não estou tentando incutir crenças na cabeça de ninguém, como ele tentou fazer na minha, de forma bastante agressiva e humilhante.
E não sou uma vadia (desculpem o palavreado) porque escrevo sobre sexo.
Minhas obras têm algo de mim, sim, as palavras e as emoções ali descritas são parte de minha alma. Mas eu não sou os personagens, não vivo a vida deles, não penso como eles. Eu apenas consigo me imaginar, me coloco na pele deles e divago em quais seriam suas reações, coisas que aprendi através de observação. Ou seja, eu tenho criatividade e imaginação bem apuradas. Apenas isso.
Fico triste quando vejo a literatura de entretenimento sendo taxada e discriminada. Eu fui taxada como imoral e discriminada por escrever livros eróticos e místicos. Ninguém tem o direito de apontar o dedo ou atirar a primeira pedra. Inquisição verbal é um abuso e uma violência tão ou mais profunda do que apedrejar ou queimar alguém em uma fogueira.
Agora eu me pergunto: onde está o cristianismo desta pessoa? O que ela faz com os ensinamentos que Cristo deixou e que ela diz seguir? Onde está o amor ao próximo? O ser humano é muito falho. Não sou perfeita, por isso mesmo não digo que uma pessoa está errada. Agora por que alguém tem que se achar no direito de me dizer isso?
Se nem Cristo, que nunca pecou, atirou a primeira pedra, que sou eu, que é você, quem somos nós?