Capítulo Retirado de Marcada a Fogo na Reedição (+18)

by - março 30, 2015


Olá leitores, o capítulo Recaída, de Marcada a Fogo, meu livro de estreia no mercado editorial brasileiro, foi minha primeira cena hot. Não havia escrito nada assim até então rsrs O volume 1 da saga Os Qu4tro Elementos introduz a jornada sobrenatural e mística na qual os quatro protagonistas (cada um narra seu próprio volume da série) são jogados em saber o que está acontecendo. No entanto, eles possuem suas vidas reais, seus relacionamentos, suas profissões, e é essa mistura de realismo com fantasia que vocês encontraram na saga. Para quem não leu a primeira edição da obra, vou postar aqui na íntegra o capítulo que foi retirado da 3ª edição, que eu autopubliquei pela Amazon e que também foi traduzida para o inglês. A cena foi cortada porque fiz uma edição em cenas que não fariam falta, deixando o livro um mais curto e direto, porém mantendo a pegada sensual de sempre. Só um aviso: é uma cena erótica, então, se você for menor de 18 anos, esteja consciente. A escolha de ler é sua! Boa leitura! Sejam marcados!

RECAÍDA
De frente ao imenso espelho da suíte, eu desprendia as presilhas de diamantes dos cabelos. Assim que se viram livres, eles caíram sobre meus ombros e costas, causando um belo espetáculo. Exatamente neste momento, Gustavo entrou no quarto. Nossos olhares se cruzaram através do espelho. Os meus o varreram por dentro. Ciúme. Era ridículo, mas foi exatamente o que li em sua alma. Seu olhar não era triste, era de uma revolta que assustaria qualquer um. Mas eu não me assustei. Apenas engoli seco. Ele não podia imaginar, mas eu estava com remorso do que fizera. Fora longe demais com a lição. E por isso ele perdera completamente o controle, culminando na cena violenta com o próprio irmão. Por mais que me sentisse lisonjeada, não queria causar intriga na família. Nem deixar Carolina triste. O que aconteceu foi totalmente sem querer. Mas ainda não estava disposta a fazer as pazes com meu marido. Ainda o torturaria mais um pouquinho.
Gustavo me encarava de maneira estranha, como nunca antes. E, então, começou a falar.
 O que foi aquilo no jardim, Tamires?
Eu dava pouca atenção a ele. Tirava os brincos das orelhas com cautela exagerada.
 Aquilo o que, Gustavo?
Não era fúria que o inundava. Era despeito. Puro ciúme. E isso me divertia muito.
 Você e Alexandre.
Guardando as joias, com atenção excessiva ao movimento, eu nem olhou para ele.
 Estávamos com Sofia.
Deu um passo a frente, e eu percebi rapidamente o gesto. Não tive medo, mas fiquei alerta.
 Não finja que não estava rolando nada, Tamires. Você perdeu o respeito por mim. – Mais um passo. – E por sua amiga também. Você não viu o estado em que ela ficou?
Eu vira e não gostara nada. O remorso me inundou de novo, mas tentei não demonstrar.
 Carolina bebeu demais e estava vendo coisas que não existiam.
Agora eu estava usando o demaquilante no rosto.
 E com meu próprio irmão, Tamires. Você não podia ter dado um golpe mais baixo.
Não parei o que fazia.
 Gustavo, você não está em condições de fazer acusações, muito menos de me recriminar por algo que eu não fiz.
Ele se aproximava cada vez mais de onde eu estava.
 Não adianta negar, Tamires. Eu vi! – Fez uma pausa enquanto me analisava. – Você sabe o quanto está sendo injusta e ingrata comigo!
Procurei os olhos de meu marido através do espelho para responder.
 Me poupe dessa chantagem emocional, Gustavo. Você está sendo apelativo.
Ele estava bem atrás de mim agora.
 Estou sendo muito apelativo para você? Então vamos falar a verdade, Tamires.
Finalizei a limpeza de pele e o encarei pelo espelho, mas não respondi. Segurei minha cara de incredulidade.
 Quem te deu amor quando você não tinha mais ninguém neste mundo?
Tocou bem em minha ferida.
 Quem te deu companheirismo e compreensão? Fui eu, Tamires. Fui eu. – Depois de uma breve pausa, em que eu não disse nada, continuou. – Quem esteve ao seu lado em todas as noites terríveis depois de seus pesadelos?
Agora estava revirando a ferida .
 Quem te deu uma filha linda? – Sua voz denunciava o quanto estava emocionado, a beira do choro. – Quem se preocupa só com a felicidade de vocês duas?
Eu me ergui imediatamente. Aquilo era ainda mais ridículo do que a briga que teve com Alexandre no jardim. Ficamos cara a cara e tentei encerrar a conversa ali.
 Chega, Gustavo. Que papo mais absurdo!
Tentei passar por ele para dar, realmente, fim ao assunto, mas ele me segurou pelo braço com brutalidade. Sua expressão emocionada mudando drasticamente para a ferocidade anterior.
 Não, você vai ouvir tudo o que tenho para dizer agora!
Eu o encarei firme e cruzei os braços contrariada. Fiquei parada diante dele esperando que terminasse o espetáculo idiota que estava representando sozinho. Porque eu me recusava a participar com ele.
 Vamos aos detalhes, Tamires. Você não gosta deles? – Ele me desafiava, buscando uma reação emocional em mim, mas  permaneci inabalável. Apontando ao redor, ele prosseguiu. – Quem te deu esta cobertura luxuosa? Quem te deu um carro com motorista, uma cozinheira e uma babá para ajudar a cuidar de nossa filha? – E apontando ferozmente para o próprio peito, respondeu: – Fui eu, Tamires. Fui eu.
O remorso e a mágoa reviravam em meu peito. Não era justo este tipo de apelo. O que ele pretendia? Eu era muito grata a ele por tudo o que fizera por mim. Sabia que ele salvara minha vida e por isso mesmo não fiz minhas malas e fui embora. No entanto, Gustavo queria que eu afirmasse que estava certo. Queria me ver rastejando, agradecida demais para me erguer. Humilhada. Mas nunca permitiria isso, por mais grata que fosse. Gratidão não tem nada a ver com submissão. Nem com amor. São coisas distintas.
Os olhos faiscantes e enlouquecidos dele me devoravam. Sem que estivéssemos nos tocando realmente, sentia a energia que emanava de nós, como se fosse palpável.
 Quem te encheu de joias? Essas joias mesmo que acabou de tirar dos cabelos? Fui eu, Tamires. – E se aproximando mais, apontou para meu corpo. – E este vestido que você tanto amou, quem te deu?
Nós nos encaramos por um segundo delirante. Os olhos enfurecidos de meu marido amedrontariam qualquer mulher, mas eu estava muito segura de mim mesma. Sabia que ele nunca me machucaria de verdade, fisicamente. E que, mesmo que tentasse, eu saberia muito bem me defender.
O estágio da loucura dele chegou ao extremo. O que o ciúme não é capaz de fazer com um homem.
 E assim, Tamires, depois de tudo explicado em mínimos detalhes, eu chego à categórica conclusão de que tudo que está ao seu redor, na verdade é meu. E, portanto, você é completamente minha. Ninguém tem o direito de tocá-la.
Ele se aproximava de mim como quem fosse cometer um desatino. E realmente, o que ele fez, a seguir, me espantou tanto, que em choque, eu não pude nem falar nem me mexer.
 Olha o que faço com este vestido.
Gustavo puxou com tanta força que arrebentou toda a costura de um lado e rasgou uma parte do fino tecido do outro. O lindo vestido ficou imprestável. Sorrindo, desvairado de prazer,  apreciou meu corpo coberto apenas pela lingerie. Algo cintilava sobre meu colo. Pegando a pedra na mão,  disse:
 Esta maldita pedra é a única coisa que é sua, de verdade, Tamires, mas como você é minha, eu não quero que a use mais. Quero vê-la com a joia que te dei de presente e você se recusou a colocá-la hoje.
Ao terminar a frase,  puxou a pedra com força suficiente para arrebentar a corrente do meu pescoço e jogou a ametista em um canto do quarto. Eu acompanhei com o olhar, boquiaberta, o caminho que a pedra fez até parar debaixo da cama. Sentia os ombros e o pescoço arderem devido à violência do puxão, mas continuei impassível. Estava disposta a enfrentar a situação de cabeça erguida, calada e resignada. Permiti que ele descontasse todo seu ciúme em mim. Afinal, eu realmente não agira bem naquela noite. Então, ele abotoou o enorme diamante no meu pescoço. Era a primeira vez que a usava e havia ficado lindo sobre minha pele. Eu me permiti devanear enquanto admirava a joia.
 Quero vê-la nua, agora.
E quando  pousou as duas mãos sobre meus ombros, tomei o choque de sempre, e como despertasse de um transe, instintivamente resolvi que ia lutar. Não  permitiria mais aquele abuso. Ele estava indo longe demais. Com muita rapidez e, de uma só vez, eu afastei as mãos de Gustavo de meu corpo e desferi uma bofetada em sua face direita. Por reflexo, ele segurou no ar meu braço direito que estava erguido na tentativa de lhe dar outro tapa. Não me senti vencida. Ergui a mão esquerda com rapidez e esbofeteei a outra face dele. Imediatamente ele a prendeu também.
Nossos olhares se cruzaram e uma onda de calor, choque e desespero passou por nós ao mesmo tempo. Eu lia sua alma perturbada. Mas não estava preparada para o que ele faria a seguir.
Ciúme. Desejo. Ele prendeu sua boca, violentamente, nos meus lábios, quase me impedindo de respirar. O choque do contato fez doer os ossos de meu rosto. Eu tentei me desvencilhar, mas quanto mais lutava, mais ele apertava seus lábios nos meus e seus braços a minha volta.
Não era repulsa que eu sentia, ao contrário. Meu corpo ardia de desejo por ele. Meu desejo estava traindo minha razão e por isso eu lutava. Mas não tinha forças, porque o dele era muito maior e me dominou completamente.
Gustavo apertava com força seu corpo contra o meu. Esfregava minha pele deixando-a ainda mais quente, mordia meu lábio inferior sem o menor cuidado. E a minha entrega foi imediata. Nem por isso  diminuiu a força. Pelo contrário. Seu desejo descontrolado fez com que mordesse meu rosto, minha orelha, meu pescoço e meu queixo, deixando marcas de dentes por toda minha face. Era como se quisesse me desfigurar para que ninguém mais me olhasse. Ao pé do meu ouvido, ele sussurrou:
 Você é minha, Tamires. Somente minha. Totalmente minha.
A minha resposta foi uma recusa sussurrada sem a menor convicção.
 Não é verdade, Gustavo, sou dona de mim mesma.
Minhas palavras morreram em outro beijo feroz. A língua dele dançava dentro de minha boca, invadindo-me. Eu latejava de desejo, um desejo tão desesperado quanto o de Gustavo. Ele desceu a língua por meu pescoço, encontrando a corrente da joia que me dera. Fez o contorno com ela, encontrando meu decote. Não deixava de apertar, sugar e morder toda pele que encontrava no caminho que sua boca fazia.
E, repentinamente, me ergueu do chão e mais do que entregue, eu o enlacei com as pernas e os braços. Ele me sustentou no ar, sem grande esforço e sem parar de me devorar quase que literalmente com a boca, língua e dentes. Então me carregou até a cama, que não estava muito longe e me empurrou sem dó. Apesar do susto,  me retorci de prazer e meus olhos só diziam que queria mais, enquanto o assistia tirando as roupas o mais depressa que pode.
Largando todo o peso de seu corpo sobre o meu, segurou meus braços com força acima de minha cabeça e voltou a me beijar com ardor. Enroscou e apertou seu corpo todo no meu, deixando-me louca de prazer. Arrancou minha lingerie, deixando marcas vermelhas em minha pele clara, enquanto puxava as peças com os dentes. Voltou a me segurar pelos braços. E, prevendo o que ia acontecer, eu prendi o quadril dele com as pernas.
Mesmo que estivesse esperando pelo que viria, eu não esperava sentir aquilo. Um misto de dor e prazer me envolveu, por um segundo. Ele simplesmente me penetrou de uma só vez, com força, chegando ao fundo imediatamente. Era a primeira vez que era amada desta forma, tão violenta. Meu marido sempre fora muito carinho e gentil quando fazíamos amor. Mas, contrariando a tudo que conhecia até hoje, eu estava muito estimulada. E o misto de dor e prazer só fez aumentar minha excitação.
Ele assistia as minhas expressões com olhos esbugalhados de satisfação e desejo. Não soltou meus braços por um único instante. Seu corpo forte, másculo e viril ia e vinha sobre mim, sempre com força, e já em um ritmo acelerado, denunciando urgência. Quando ele se aproximava de mim, dizia baixinho.
 Você é só minha, Tamires, e de mais ninguém.
E para provar que ele realmente mandava, permaneceu sobre mim, regendo o ritmo do amor violento e desesperado que fazíamos. Cada vez mais rápido, cada vez com mais energia, nossos corpos suando, quentes, o prazer e a dor, tudo em uma dose única, medida pelo ciúme e pela paixão. Chegamos juntos ao ápice, mantendo-nos unidos por mais alguns segundos, nossos olhos brilhando pelo prolongado instante de êxtase que alcançamos. Desejei que não acabasse. Sentia minhas pernas bambas, meu coração disparado e a respiração ofegante.
Sem dizer palavra, ele ficou jogado sobre e dentro de mim. Eu o sentia ainda pulsar de desejo e o abracei apertado, almejando que nunca mais brigássemos de novo. Ou talvez, seria melhor que o fizéssemos para que aquele momento mágico se repetisse, muitas vezes. Eu nunca mais poderia duvidar do amor deste homem, capaz de me amar de todas as formas possíveis. Amor, paixão, ciúme e sofrimento. E então, eu finalmente compreendi a célebre frase: “prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza”, mas eu acrescentaria antes de finalizá-la “no prazer e na dor até que a morte nos separe”.
 Gustavo – sussurrei em seu ouvido. – Eu te amo.
Sorridente e vitorioso, ele respondeu com um beijo ardente e tudo recomeçou.

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